Descobri restaurante distante para o jantar, animado,
servindo churrasco honesto em ambiente composto de grupos de amigos, casais,
famílias. Embora bem mais feio e desordenado que o centro, aquele pedaço urbano
aparentava mais vida.
Mas depois do jantar bem jantado no outro extremo da
cidade, foi bom voltar ao sossego da beira do rio Jequitinhonha. Ideal para
ficar, dormir, relaxar, contemplar a vista, diurna e noturna, liberando a mente
para viagens pela imaginação.
Na entrada da cidade, a placa abusiva: “Jequitinhonha
pertence ao senhor Jesus”. Armação da prefeitura, do cartel das empresas
evangélicas, lei estapafúrdia que passou pela câmara de vereadores, ou o quê? O
Brasil e a constituição não são laicos? Então, porque o crime organizado do
comércio da fé alheia impôs aquela excrecência diante de todos, moradores e
visitantes? Mais um horror fundamentalista!
Sem o café da manhã, embarquei cedo na rodoviária. Montanhas
a leste expunham escarpas impressionantes, apesar de não tão altas quanto na
Serra Geral. Meia hora depois, o ônibus entrou em Joaíma, cidade ocupando o
alto da colina rodeada em mais da metade do perímetro pelo ribeirão da Anta
Podre.
Menor que Jequitinhonha, Joaíma compunha-se de ruas e
becos em ladeiras, calçamento em pé-de-moleque do século XIX e XX, mas quase
nada de histórico ou de maior interesse arquitetônico. De mais atraente, o
urbanismo adensado e concentrado em pequena área sobre a colina.
Tratei logo de batalhar algo para enganar o estômago naquele
começo de manhã em jejum. Encontrei padarias, mas daquelas no significado
original, onde se fabricam e vendem pães, somente pães. Enquanto comia sobre o
banco de uma das praças sombreadas da cidade, os passantes me analisavam da
cabeça aos pés. O mesmo fazia o padeiro que me vendeu os pães. Vira e mexe ele
ia à frente do estabelecimento e esticava o pescoço na minha direção. Afinal,
não era todo começo de manhã que um alienígena mastigava pães doces sentado no
banco da praça central.
Circulei bastante pelas ruas e ruelas da cidade, subindo e
descendo. Tudo de bom aspecto, com praças arborizadas e limpas, mansões
opulentas ao redor da igreja Matriz, esta moderna e sem graça, prédios públicos
conservados, comércio sem escandalizar ouvidos ou calçadas.
Acabei conversando um tempão com o proprietário de um
boteco legítimo. Pequeno, simples, com fotos, mensagens, piadas, garrafas pelas
paredes. Litros de pinga curtida com diferentes raízes, sementes, folhas, se
enfileiravam na prateleira improvisada. Muita velharia, madeira podre, aranhas
de inúmeros tipos, formatos e tamanhos perambulando impunemente. O falante dono
do pedaço criticou ferrenhamente a administração municipal de plantão, assunto
ao qual retornava qualquer que fosse o tema levantado pelos assíduos. Instalou
o som, com caixas e tudo, na calçada em frente, passando os fios pelo nível da
rua. Ligou em volume civilizado. Assim não incomodaria a escola ao lado.
Comi em frente ao mercado municipal, antes de descer à
estação rodoviária para esperar o ônibus de volta a Jequitinhonha.
Em dia de feira na cidade, cruzei o rio Jequitinhonha de
balsa e peguei a estradinha para leste. Muita água brotava em córregos, olhos
d’água, riachos. A vegetação, monótona, verde acastanhada. A surpresa ficou por
conta da cascavel com cabeça proeminente e três anéis no guizo bem à vista. No
final da estradinha, a partir da qual a cancela me impedia o avanço, uma
meia-dúzia de vira-latas me cercou. Nenhuma pedra ou paus acessíveis para
espantá-los. E dali eu voltei, claro.
Passei horas deliciosas sob a sombra dos coqueiros,
sentado na murada da beira do rio, bem em frente ao hotel. Me deixei levar pela
brisa constante, o som suave vindo do restaurante triste, o silêncio preguiçoso
envolvendo aquela tarde ensolarada.
E chegou a noite de sábado, a mais movimentada da semana.
A maior animação ocorria por entre os trailers perfilados atrás da rodoviária
de Jequitinhonha. Os comes e bebes contavam com a sonoplastia de cantores e
instrumentistas ao vivo interpretando o comercial de sempre.
E os tais da cidade saíram da toca no sábado à noite. O
meu ponto infalível de todas as noites funcionou como principal destino da fina
flor da sociedade local. Vinham em casais ou em família completa. Antes de
entrarem, passavam em frente, de carro. Apenas o homem se virava olhando para o
restaurante, enquanto a mulher mantinha o olhar para frente, pescoço imóvel. Retornavam
um quarteirão depois. Reapareciam estacionando o carro o mais próximo possível
do estabelecimento. O casal descia invariavelmente de mãos dadas, explicitamente,
ostentando a posse. Ele vestido mais à vontade, ela no último da produção, ora
com bons resultados, ora espalhafatosamente. Se sentavam, pouco conversavam,
muito olhavam, analisando tudo e todos.
O escritor Lima Barreto, com a atualidade que lhe é peculiar, já estudara esse curioso fenômeno. O autor de Numa e a Ninfa e Os Bruzundangas diagnosticara um século antes, em outras palavras evidentemente, que para essas castas que se consideram superiores, a aparência é tudo, o conteúdo, nada.
Eu, entre goles e garfadas, conversava com os comunicativos garçons. E assistia às cenas da sociedade do norte de Minas Gerais.
O escritor Lima Barreto, com a atualidade que lhe é peculiar, já estudara esse curioso fenômeno. O autor de Numa e a Ninfa e Os Bruzundangas diagnosticara um século antes, em outras palavras evidentemente, que para essas castas que se consideram superiores, a aparência é tudo, o conteúdo, nada.
Eu, entre goles e garfadas, conversava com os comunicativos garçons. E assistia às cenas da sociedade do norte de Minas Gerais.
Pela manhã, funcionários do hotel se reuniam entristecidos
na recepção comentando o acidente fatal de casal amigo deles, após baterem
o carro em animal na BR-367, durante a madrugada anterior. Denunciaram o
crescente número de casos similares, sobretudo na estreita e sinuosa rodovia
para Joaíma. Ainda lembraram outro acidente envolvendo dois colegas, dessa vez
de moto, que morreram de igual maneira.
O ônibus acompanhou o rio Jequitinhonha, entre morros e
montanhas, até cruzar a ponte e entrar nas ruas de Almenara. Esperei o segundo
transporte, enrolando e enganando o estômago com bolachas e barras de cereais.
O percurso da tarde, em estrada de chão, parou no povoado
de Pedra Grande, ao lado da bizarra, imensa, estupenda formação rochosa de
mesmo nome, em domo, impressionantemente vertical. Entre outras elevações
rochosas das imediações, a Pedra Grande era de cair o queixo, assim como o
povoado, autenticamente sertanejo, na beira do riacho São Francisco.
Desci em Pedra Azul na tarde seguinte ao encerramento de
duas semanas de comemorações pelo centenário da cidade, reservando
apresentações musicais, gastronômicas, artísticas em geral, pelas ruas e praças.
Fiquei na mesma pousada de cinco anos antes, de frente
para a rua principal, vista a partir dos janelões altos do quarto. E fora ali que
se hospedara durante as festas o compositor Geraldo Azevedo.
Pedra Azul, cinco anos depois, parecia continuar igual.
Pelo menos no quesito alimentação em restaurantes. Os mesmos estabelecimentos,
pessimamente instalados em ambientes inóspitos, mal acabados, mal cuidados, mal
tudo. No que arrisquei para o jantar, serviu cachaça medíocre, tanto a versão
branca como a amarela. E o dono ainda enfatizou como se fosse elogio
inquestionável: “É de Salinas!”. As cidades de Jequitinhonha e Joaíma, apenas
para citar duas bem mais próximas, produzem cachaças artesanais de qualidade,
infinitamente superiores, com sabor e aroma de cachaça de verdade.
Na televisão do quarto da pousada, além dos canais
abertos, a antena sintonizava o da assembleia legislativa de Minas Gerais e
três canais do comércio da fé alheia, os três fundamentalistas. Os respectivos locutores
sorriam como em comerciais de creme dental, falavam suavemente, lançavam
olhares doces, de profunda compaixão. Tocante!
Embora dotada de conjunto arquitetônico belíssimo, bem conservado,
conforme descrevi nos relatos da minha viagem de cinco anos antes, o descaso em
Pedra Azul não se resumia aos bares e restaurantes decrépitos. As mercearias e
supermercados, os estabelecimentos comerciais em geral, guardavam aparência
desanimadora. Dava pena o desarranjo das gôndolas, caixas, disposição dos
produtos oferecidos. No “supermercado” situado na rua mais bonita de Pedra
Azul, assustavam as prateleiras tenebrosas, erguidas sem qualquer cuidado,
exibindo meia dúzia de itens em meio ao vazio desolador. Nos fatídicos momentos
de refeição, era preciso muita coragem e abstração para enfrentar o horror
visual e gastronômico.
Não dava para entender como as administrações públicas e
os moradores de Pedra Azul agissem com tamanha apatia diante do definhamento da
cidade. Catástrofe que não ocorria, vale salientar, na maioria das cidades da
região, nem com os municípios menores ou menos acessíveis. E não era questão de
modernizar, descaracterizando a vocação cultural do município, mas de motivar,
respirar fundo, erguer a cabeça, assumir a cidade como de cada um, sacudir o
marasmo, tocar em frente, com gosto.
A conversa com o funcionário da pousada, pelo menos
com o que não andava para baixo e para cima com a bíblia fantasiosa debaixo do
braço, confirmou em palavras o que eu já desconfiara. Segundo o colega,
praticamente tudo em Pedra Azul, sobretudo serviços e comércio em geral, é
tratado com desleixo. Os proprietários não se interessam em investir na
aparência e no conteúdo. Parece que as paredes, fachadas, portas, balcões,
mesas, cadeiras, prateleiras, pratos, talheres, estão prestes a ruir, a se
desfazer, pelo abandono e descaso. O funcionário não questionava a antiguidade,
a tradição, e sim a velharia, a teimosia. No ramo de supermercados, bastou uma
rede de outra cidade montar filial em Pedra Azul, ágil, barata, com mais e
melhor oferta de produtos e serviços, para quebrarem três supermercados ou
mercearias empoeiradas. Garantiu que a quebradeira seguiria atingindo outros,
chacoalhando o marasmo. Que Pedra Azul não perca a personalidade e vocação, mas
que incremente qualidade na prestação de serviços.
Subi novamente a Pedra da Conceição, no topo da
qual se ergue o cruzeiro e o cercado de antenas. Na ponta, a escadaria de
concreto discreta me levou ao cume, após centenas de degraus. Lá em cima, o
mesmo descaso que ocorre nas ruas de Pedra Azul. Mato, muito mato crescido,
dificultando a orientação pelas trilhas abandonadas. Permaneci na beira da
encosta mais aberta, da qual se descortinava a amplidão dos vales ao sul, somente
descontinuada por mais formações rochosas que brotavam aleatoriamente. Os imensos
blocos de rocha maciça, de paredões quase verticais, davam à paisagem estranheza
e beleza. Estradinhas e caminhos de terra serpenteavam por entre as rochas e
sítios cercados. Algum gado se arrastava para lá e para cá. Não notei nada
plantado para alimentar os moradores dos arredores. Sentei no lajedo inclinado,
próximo ao abismo, e liberei a mente diante do cenário iluminado pelo sol.
O ônibus me deixou em Almenara no começo da tarde. Ainda
deu tempo de almoçar em churrascaria por quilo, bem próxima ao hotel.
A noite do feriado aglomerou pós-adolescentes ao longo de
sequência de lanchonetes, sorveterias e afins, dispostas na avenida principal.
E os carros, tocando o lixo comercial de sempre, em volumes ensurdecedores, não
poderiam faltar.
Repeti a subida ao topo do morro das antenas, acessado
pela margem direita do rio Jequitinhonha. Atingi os altos, onde existe rampa de
saltos de asa delta e similares, ao lado do cercado com inúmeras antenas. Conversei
com um solitário pago pela prefeitura para vigiar as instalações. Morando naquelas
alturas, ele comentou do pavor das noites de tempestade, das rajadas de vento,
das cascavéis, jararacuçus, entre outras belezinhas que o rondam durante os
dias e as noites. A vista do alto era magnífica. A cidade de Almenara, a
estrada para Pedra Azul, com a deslumbrante Pedra Grande ao fundo, o vale do
rio Jequitinhonha, a leste e a oeste, os vales e montanhas para sul, a estrada
para Rubim.
Eu encerrara meu último livro em Jequitinhonha. De lá para
cá eu vinha improvisando com as palavras cruzadas, ou me segurando para não
vomitar diante da programação lamentável em todos os canais de televisão,
abertos ou fechados. Em cidades sem livrarias, em hotéis sem bibliotecas, nem
dá para exigir muita coisa. As eventuais bibliotecas municipais teriam que dar
conta do recado à população.
E tinha começado a Festa da Mandioca no parque de
exposições de Almenara, entre comes e bebes, derivados ou não da mandioca, comércio,
brinquedos do tipo de parques de diversão. Mais tarde da noite, subiriam ao
palco aquelas figurinhas do circuito comercial e descartável.
Perguntei ao recepcionista do hotel se ele iria à festa ao
final do turno. Prontamente respondeu que não porque era evangélico. Óbvio. Evangélico
não aproveita a vida, somente sofre e dá dinheiro para os comerciantes da fé.
Quem se diverte são os donos das empresas evangélicas, torrando a dinheirama
arrecadada das mãos de trouxas como ele.
O trajeto do ônibus, a maior parte em estrada de chão
encascalhada, atravessou pontes de madeira, estreitas, velhas, frágeis, sobre
córregos secos. A vegetação também se ressecava, entre arbustos, rasteira,
cactáceas, muito espinho. O rio Jequitinhonha, revelava raros trechos
enriquecidos por pedras, corredeiras, praias. No meio do trajeto, a cidadezinha
de Jacinto. Nas beiras da estrada, absolutamente nada plantado, somente pasto,
as mangas, com capim ralo para gado. Duas carcaças na beira da estrada, ainda
com a pele do animal, eram degustadas por bandos de urubus e cachorros.
Desci em Salto da Divisa, cidade na fronteira com a Bahia,
na margem do lago artificial da represa no rio Jequitinhonha. Anos antes, o
local guardava gargantas estreitas, corredeiras, quedas d’água, encostas
íngremes, vales profundos, conforme fotos no hotel em Almenara e depoimentos de
moradores.
A pequena e acidentada Salto da Divisa, com menos de sete
mil habitantes, foi readequada em função do alagamento de parte da zona urbana.
Restavam poucos testemunhos da arquitetura dos séculos XIX e começo do XX. O
trecho urbanizado na margem do lago, com pista de caminhada, áreas de lazer e
descanso, mercado para tratamento de peixes e derivados, caía aos pedaços,
completamente abandonado. Verdadeiro descaso com a população e com o dinheiro
gasto nas obras, provenientes de impostos cobrados dessa mesma população.
Tanto Jacinto como Salto da Divisa revelavam mais sujeira,
desleixo, ausência do poder público, indiferença da população. Bêbados caídos
dormiam nas calçadas. As músicas ouvidas das casas e dos porta-malas
ensurdecedores dos carros descarregavam o lixo comercial baiano. Aquela
pontinha de Minas Gerais, distante uma eternidade da capital Belo Horizonte,
vivia na órbita dos municípios baianos, como Eunápolis e a zona turística de
Porto Seguro, para onde iam e vinham ônibus cheios.
E à noite, na Festa da Mandioca de Almenara, os
frequentadores se produziram para uma festa de verdade, sobretudo as mulheres. Ninguém
ia de bermudas, como eu. Os homens de calças compridas, as mulheres revelando
terem passado horas em frente ao espelho. E todas, acompanhadas ou não,
vestidas para matar.
Na manhã seguinte, perambulei despretensiosamente pelo
trecho de Almenara da beira do rio Jequitinhonha. Praticamente nada restou da
história da cidade. Um bar antigo, um ou outro casarão, mais nada. Não havia
calçadão, murada, área de lazer, passeio ou descanso. Apenas um banco de areia
que a cidade chama de praia. Mato, areia, lixo, água poluída a jusante do
centro da cidade.
E a regra que constatei durante viagens pelas cidades
ribeirinhas na Amazônia, entre as pequenas, médias e grandes, era perfeitamente
válida ali também. As cidades que dão as costas para os rios, ignorando, se
distanciando e abandonando as margens deles ao acaso, como Almenara, todas elas
são feias, sujas, sem personalidade, desprovidas de políticas públicas.
Mas festas sempre têm. O poder público as organiza com
frequência, para faturar, alienar, embebedar a população, sempre sob os
auspícios de um único e exclusivo patrocinador de bebidas. E de popular,
típica, cultural, essas festas nada oferecem.
Embarquei no ônibus via minha velha conhecida de décadas e
décadas, a famigerada BR-116.
Após a cidade de Padre Paraíso, deixamos o vale do
Jequitinhonha e entramos na microrregião do vale do Mucuri, cruzando relevo
bastante acidentado, úmido e verde. Na beira da rodovia federal, barraquinhas
expunham produtos à venda. Frutas, queijos, doces, cachaça? Nada disso. Dezenas
de variedades de pedras preciosas, brutas ou trabalhadas, em pequenas obras de
arte artesanais, no formato de árvores ou flores, feitas a partir de pedras de
diversas cores e formatos. Nas imediações de Catuji, enormes formações rochosas
se erguem para deleite dos olhos. De lá até Teófilo Otoni, incluindo
Itambacuri, ramais de estradas levam a cidadezinhas pertencentes ao Circuito de
Pedras Preciosas.
Na parada ao sul de Governador Valadares, uma biboca
dirigida por evangélicas fundamentalistas, cabeludas e bigodudas, assaltava os
passageiros desavisados cobrando preços exorbitantes por itens de má qualidade.
Faturando mais, as cabeludas teriam mais a entregar aos comerciantes das
empresas evangélicas que lucram horrores com a fé alheia. Atravessei a BR-116,
com bastante cuidado para não ser esmagado pelo mar de caminhões e carretas, e paguei
um terço do preço cobrado pelas fundamentalistas bigodudas.
Na manhã seguinte o ônibus foi recebido pelo rotineiro
congestionamento ao longo da rodovia duplicada cortando a cidade de Guarulhos.
Desembarquei no terminal rodoviário do Tietê, em São
Paulo, em meados de junho. E, após o metrô rápido e eficiente, entrei
em casa, satisfeitíssimo pela minha sexta exploração ao fascinante norte de
Minas Gerais.
Eu me perguntei durante minha viagem pelo Rio São Francisco se era somente eu que via tudo se acabando, mas lendo seu relato percebi que seu olhar é ainda mais crítico que o meu. Eu ainda conseguia ver uma certa beleza na decadência. Olhar para estas cidades velhas,abandonadas e exploradas pelo comércio evangélico é como olhar para uma velha com pensão num asilo. A mantém viva somente para poder explorá-la. Por isto eu sempre mantive meu foco na área vegetal e mineral. Praticamente não fotografei ou falei com o povo, escolhia ou era escolhida por meia dúzia de pessoas e a elas me atinha.
ResponderExcluirGostei muito do seu relatório, as coisas devem ser vistas e ditas como realmente são, enfeitá-las é compactuar com o que é feio. Um abraço...
Oi Luísa, obrigado pelo comentário.
ResponderExcluirRealmente vemos muitas mazelas pelos nossos interiores, e não são poucas não. Porém, apesar disso tudo, sempre consigo tirar proveito da situação, aprendendo bastante com os moradores, as coisas boas e as coisas ruins.
Vale e muito a pena conversar com eles, pois quase nunca estão de acordo com aquilo e geralmente aguardam um empurrão para tomar as iniciativas devidas.
E, entre prós e contras, ainda considero os interiores do Brasil imbatíveis em viagens. Nenhum país que visitei me fascinou tanto como o nosso. Não é à toa que me embrenho sem parar pelos Brasis e relato essas experiências aqui no blog.
Vamos conhecer, ouvir, aprender, denunciar, estimular movimentos sociais por mudanças. Afinal, desculpe o chavão, o Brasil somos nós.
Mais uma vez obrigado pela atenção. Abraços!
Oi Heloiza,
ResponderExcluirObrigado pelas leituras e comentários.
Seus elogios me empolgam a viajar e relatar muito mais.
E nesse blog não faltam relatos de diversas viagens que relizei pelos interiores do Brasil e de outros países. Tem bastante Minas Gerais.
Fique à vontade para pesquisar, compartilhar e comentar.
Aguardo suas próximas visitas.
Abraços.